Velho Império sem Czar 1 e 2
Antes de mais nada, eu gostaria de dizer que gostei de A batalha das libélulas, mas gostei
muito mais de A queda de Babilônia.
Perguntei-me, então, por que isso teria acontecido. Há várias explicações
possíveis. A primeira seria que o primeiro livro assusta um pouco, pela falta
de referências. Ao ler o segundo, já conhecemos a história, de certa forma,
então fica mais fácil acompanhar. A segunda explicação, um pouco mais pessoal,
é que no segundo livro há mais interação entre os personagens. Aguirre está
sempre conversando com Soraya ou Valquíria, e eu sou fã de livros em que há
interação entre os personagens. A terceira hipótese está ligada a esta segunda:
eu teria gostado mais deste livro porque gosto mais de Aguirre como personagem
do que de Flamínio. Um dos méritos da série é exatamente que o livro centrado
em Flamínio tem a cara do Flamínio – é volúvel, irrequieto, cheio de ação. O
livro centrado em Aguirre é mais intimista.
Diverti-me muito com a parte em que aparecem os Augúrios. Eu
sei muito bem de quem se trata. Esse é um aspecto desta série que a torna um
tanto… elitista? exclusivista?
qual seria o melhor termo? – há muitas inside
jokes. Piadas que só os mais íntimos entendem. Mas e daí? Provavelmente o Ulisses do James Joyce também está cheio
de inside jokes, e os estudiosos
ficam escavando em busca das explicações…
O que complica tudo ainda mais é que a Valéria não é bem a Valéria, e o Bar do
Ernani não é bem o Bar do Ernani, se é que vocês me entendem. Talvez um dia eu
seja entrevistada pra explicar muitas dessas referências. O problema é que eu
não sei todas! Preciso urgentemente de um “Velho Império sem Czar Explicado” ou
“Velho Império sem Czar for Dummies”.
Nunca mais
escutaremos o Aphrodite’s Child com os mesmos ouvidos. Nem o hino do
Galo do Japi. E todas as vezes que eu me vir diante de um elevador, vou me
perguntar se ele é o mesmo ou não.
Aguardo
ansiosamente o lançamento dos próximos livros – e da Turminha do Sacomâ[1].
Uma pergunta que não quer calar: será que nossos heróis da O. conseguirão
derrotar os filhos do P. e a agromáfia? Ou será que tudo vai terminar no ponto
onde estamos, ao final dos livros 1 e 2?
De qualquer forma, vendo que os autores sabem lidar tão bem com pontos
de vista diferentes, estou muito curiosa para ler outros desses pontos de
vista. Tenho a impressão de que vou gostar mais da história a cada livro.